quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

De pena em punho



De pena em punho
Sente o poeta a majestade.
Ali, frente ao papel,
Corcel em que galopa,
Ele pode mudar o mundo.

Com simples rabiscos
Traços ordenados, grafismos
Torna-se o homem imortal.
A carne do poeta passa,
Perece como todo o resto
No domínio das formas.

Porem, o traço ordenado
Grafado pela pena,
Regido sem pena
Pelas mão do poeta
Faz historia,
E a reconstrói em cada dita.

Pode dizer maravilhar
Pode chorar em meio à pena,
Ou simplesmente opinar
Sem com isso nada querer mudar.
Mas muda!

Se sou poeta,
Minhas mãos
Tem o poder da transformação.
Pois isso é poetizar.

A pena do poeta
Lança grades, grilhões,
Liberta ou faz sofrer.

Que ser misterioso é esse
Que vasculha o imo do ser
Sem ali haver recôndito perdido
Que não possa ser encontrado?

A quem pertence esta magia,
à pena, à poesia ou ao poeta?
Uma coisa sei.
A poesia é vida
E vive em tudo.
Esperando apenas a mão do poeta
Para lhe dar a forma eterna,
Imorredoura da escultura em versos.

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