quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Castelo de Quimeras

De sobre os ponteiros de um relógio
Um castelo de palavras é erguido.
Suas estátuas de pedra e vento
Convidam o visitante atento
A saborear o cheiro do eterno.

Tudo é luz e sombra
Quando se transita
Por este espaço.
Tudo é tinta, grafite.

Desse labirinto tortuoso
Que me aprisiona e me liberta
Entre virgulas e pontos,
Tento em vão escapar.

Tenho a impressão,
Enquanto transito por aqui
De ter meu crânio esmagado
Entre as linhas tortas do papel.

Não há regras neste mundo,
Não há tempo ou espaço.
Tudo o que há é o livre devaneio.
O sonhador se faz sonho,
O poeta poesia,
E a poesia...
Estado de alma
Transcendente em si mesmo
Que busca o céu e o inferno
Inerente a todas as coisas.

Nesta aquarela instável
Que por hora transito
Vejo-me deslizar por janelas
Que não fazem entrar ou sair,
Mas apenas conduzem ao inusitado
Da estrada de tijolos desbotados
Que escala rumo ao sem fim.

Neste infinito espaço
Tudo é presente,
Pois que o tempo aqui
É mera ilusão.


AUTOR: Sávio Damato

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