segunda-feira, 6 de julho de 2009

Castelo de Quimeras




De sobre os ponteiros de um relógio
Um castelo de palavras é erguido.
Suas estátuas de pedra e vento
Convidam o visitante atento
A saborear o cheiro do eterno.


Tudo é luz e sombra
Quando se transita
Por este espaço.
Tudo é tinta, grafite.


Desse labirinto tortuoso
Que me aprisiona e me liberta
Entre virgulas e pontos,
Tento em vão escapar.


Tenho a impressão,
Enquanto transito por aqui
De ter meu crânio esmagado
Entre as linhas tortas do papel.


Não há regras neste mundo,
Não há tempo ou espaço.
Tudo o que há é o livre devaneio.


O sonhador se faz sonho,
O poeta poesia,
E a poesia...
Estado de alma
Transcendente em si mesmo
Que busca o céu e o inferno
Inerente a todas as coisas.


Nesta aquarela instável
Que por hora transito
Vejo-me deslizar por janelas
Que não fazem entrar ou sair,
Mas apenas conduzem ao inusitado
Da estrada de tijolos desbotados
Que escala rumo ao sem fim.


Neste infinito espaço
Tudo é presente,
Pois que o tempo aqui
É mera ilusão.

AUTOR: Sávio Damato

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