quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gotas do céu


Como sofrem as letrasAlinhar ao centro

Nas mãos do escritor.

Atiram sem piedade

As pobres sobre o papel

E desajeitadas, elas se agarram

Como podem nas linhas.



E as virgulas, coitadas,

Se dependuram aos gritos

Com uma mão só

Prestes a cair

Sobre os acentos

Do andar debaixo.



Este estranho edifício de linhas

De arquitetura iregular,

Um retângulo peculiar

De parede e teto azular,

Flutua sobre o vazio da página branca.



As vezes super-povoado

Por palavras amontoadas e apertadas,

Algumas até saltando para fora da margem.

Quem olhasse de baixo

Certamente diria que alguém dali queria saltar.



Amontoadas ou espalhadas,

Bem contornadas ou deformadas,

Apertadas, caindo umas sobre as outras.

valiosas figuras que

Trazem consigo um grande valor.



Um tesouro sem preço

Que multiplica-se a cada linha

A cada passo, dessa grande ferrovia.



pensou que ali não passa trem?

Acertou!

Mas passa o olhar esperto do leitor

Que vem mais rápido que a locomotiva a vapor

E captura o tesouro do saber.



A cada novo aventureiro

Que atravessa e desce as serras do papel

As doce operarias agradecem.



São elas menestréis da liberdade,

Pois que a verdade liberta.

E em cada uma está uma gota desse néctar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário